MATANDO POR MATAR



Atos de Crueldade e Covardia de Dois Líderes Israelitas em Nome de Deus.




Ao que parece, o povo israelita sentia muito prazer na morte, principalmente com teor de crueldade, dos seus inimigos. Pelo que podemos perceber, a maioria dos povos antigos, não costumava exterminar, e nem torturar, os povos que conquistava em suas batalhas. Prova disto é o fato de os próprios israelitas não terem sido extintos, após muitas dominações. Nem mesmo o longo período que escravidão no Egito parece ter sito uma tortura.

Mas o dito povo de Deus, que deveria dar exemplos de justiça, não poupava ninguém em suas conquistas, nem mesmo crianças de peito, idosos, mulheres e animais. Lembrando que, como não se tem comprovação de que estes fatos narrados na bíblia são verídicos, para o bem do comentário, faremos alusão a eles como sendo.

Veremos dois episódios em que dos líderes israelitas executaram seus adversários com requinte de covardia e crueldade, tudo com o respaldo de Deus.

Estes casos ocorreram no período em que Israel era governada por juízes (período entre a morte de Moisés e a nomeação de Saul como o primeiro rei).

Como os israelitas não era muito fieis ao seu deus, costumavam adorar aos deuses dos povos vizinhos, nos períodos em que ficavam sem um líder. Deus ficava muito enfurecido, e parecia não ter outro jeito de puni-los, a não ser entregá-los ao domínio de outros povos, para depois libertá-los, a custa da morte de centenas de pessoas, e ser aclamado como o grande libertador. Isto não havia ocorrido apenas uma vez, era um fato recorrente. 


JAEL - UMA ASSASSINA FRIA E CALCULISTA


HOSPITALIDADE FATAL



O primeiro caso que veremos teria acontecido durante o governo da juíza Débora, sucessora do juiz Eúde, que assassinara covardemente o rei Eglon, de Moabe, com uma faca cravada no abdômen.

Pois bem, Debora, além de juíza, costumava exercer também a função de profetisa (o que é conveniente, pois já se sabia naquela época que é mais fácil controlar um povo valendo-se da sua fé do que através da força).

Após a morte de Eúde, os israelitas mais uma vez passaram a adorar outros deuses, em represália, Deus os entregou aos cananeus.

Débora, que, segundo a bíblia, havia recebido instruções de Deus, instruiu os seus guerreiros a se dirigirem a um determinado lugar, pois Deus faria com que o exército cananeu, liderado pelo general Sísera, os atacaria ali.

O exército cananeu era muito forte, pois era equipado com carros de ferro, o que era uma raridade na época, mas, apesar da sua força, foi vencido pelos israelitas, que matou a todos os soldados. Entretanto, o general Sísera conseguiu escapar da batalha, e se dirigiu a pé a uma tenda em terras cananéias, onde morava uma mulher de origem israelita, chamada Jael.

Sísera, que àquela altura já estava cansado, pediu abrigo à mulher, não se dando conta de que ela era de origem israelita.

A mulher, que certamente já o conhecia, pois se tratava de um importante general, o abrigou em sua tenda, lhe deu de beber, o alimentou e lhe ofereceu um lugar para dormir.

Assustado com os israelitas que o perseguiam, Sísera pediu à mulher que ficasse de sentinela à porta, para alertá-lo, caso os seus perseguidores se aproximassem.

A mulher, mentindo, o tranquilizou, dizendo-o que podia ficar sossegado. E, assim que Sísera caiu em sono profundo, veja que diz Juízes 4:20: 

Então Jael , ..., tomou uma estaca da tenda e, levando um martelo, chegou-se de mansinho a ele e lhe cravou a estaca na fonte, de sorte que penetrou na terra; pois ele estava num profundo sono e muito cansado. E assim morreu. 

Sentiu a covardia? Percebeu o que é o que os cristãos chamam de desígnios de Deus? Percebeu como, para favorecer os israelitas, ele não impede que a mulher suje suas mãos de sangue, e infrinja o seu mandamento que diz para não matar?

O assassinato covarde do general Sísera agradou bastante a Deus, a ponto de ele levar tranquilidade aos israelitas por cerca de quarenta anos.


GIDEÃO - O PAI QUE ENSINA A MATAR

O DESTRUIDOR DE ALTARES ALHEIOS



Não precisou passar muito tempo após a morte da juíza Débora para que os israelitas “pisassem na bola”mais uma vez com Deus, passara adorar a outros deuses, principalmente a Baal, o rival mor de Deus.

Mais uma vez reveçlaram que não davam a mínima importância ao deus que os cobria de privilégios e perdoava todos os seus atos de pervesidade, enquanto não tolerava o menor deslize dos demais povos.

O que mostra que tudo aquilo quanto as religiões pregam sobre a assistência de Deus para com o povo de Israel, não condiz com a realiadade, pois o povo jamais desprezaria um deus que demonstrasse tanta bondade. Os adoradores de Baal demostravam maior fidelidade ao seu deus.

Veja o verso de Juíze 6:1

Mas os filhos de Israel fizeram o que era mau aos olhos do Senhor, e o Senhor os entregou na mão de Midiã por sete anos.”

Desta vez o povo que serviu de cobaia para os desígnios de Deus foi o midianita.

Apesar de estarem vivos, diferentemente dos povos cujas terras foram conquistadas por eles, os isrelitas estavam muito insatisfeitos com a sua subserviência aos midianitas. E pediram a deus para que nomeasse outro juíz.

Prontamente, através de um profeta, deus respondeu nos seguintes versos: 

Juízes 6:8-10

8 - “... Tirei vocês do Egito, da terra da escravidão.
9 - Eu os livrei do poder do Egito e das mãos de todos os seus opressores. Expulsei-os e dei a vocês a terra deles.
10 - E também disse a vocês: Eu sou o Senhor, o seu Deus; não adorem os deuses dos amorreus, em cuja terra vivem, mas vocês não me deram ouvidos"
Você consegue notar quanta mentira há nesta história toda? Deus fala que tirou os israelitas do Egito e lhes deu uma terra nova, entretanto, foram eles mesmos que tiveram que invadir, matar, roubar e destruir, para possuir na terra."

Então deus levantou um novo governante, chamado Gideão.

O respeito pela sua religião que os cristãos exigem hoje, não era dado às religiões dos demais povos pelos israelitas. Assim que se se tornou líder dos israelitas, por instrução de deus, Gideão destruiu o altar do deus Baal (inimigo ferrenho de Deus) e, bem ao lado, sacrificou um bezerro em um poste, durante a noite.

Por esta afronta, os adoradores do deus Baal (grande parte composta de israelitas que haviam desprezado a Deus) quiseram matar Gideão.

O pai de Gideão saiu em sua defesa e falou o que diz o verso a seguir: 

Juízes 6.31 

"Vocês vão defender a causa de Baal? Estão tentando salvá-lo? Quem lutar por ele será morto pela manhã! Se Baal fosse realmente um deus, poderia defender-se quando derrubaram o seu altar". 

Não posso deixar de dar uma pequena pausa no assunto para fazer uma observação. Analise bem frase do pai de Gideão - “Se Baal fosse realmente um deus, poderia defender-se quando derrubaram o seu altar". 

Vemos aqui a própria bíblia afirmando que um deus que não se defende, impedindo que alguém destrua o seu altar, não pode ser considerado um deus, certo? Então, pela lógica, o deus dos israelitas também não pode ser considerado um deus, pois ele também não conseguiu impedir que os seus templos (o primeiro e o segundo) fossem saqueados e, até mesmo, destruídos. A própria bíblia narra, não só por uma vez, casos em que o tabernáculo foi profanado, a arca do tesouro e utensílios foram saqueados. Sem contar que o templo de Deus não parava em pé. 


TORTURADOS COM GALHOS DE ESPINHOS 


Mas, voltemos ao assunto. A carnificina e atos de crueldade já começaram logo no primeiro ataque de Gideão. Assim que venceu a primeira batalha, Gideão decapitou dois príncipes midianitas e exibiu as suas cabeças como troféu, dando uma grande prova de desrespeito ao adversário derrotado (nada compatível com as atitudes de um deus que se diz justo).

Se existe alguém que acha esta atitude de Gideão normal, certamente é uma pessoa muito insensível ou provavelmente nunca viu uma cabeça humana separada do seu corpo. Embora eu nunca tenha visto tal coisa, consigo imaginar que a cena não seja agradável.

Após vencer uma inacreditável (inacreditável mesmo) batalha contra CENTO E VINTE MIL HOMENS, dispondo de pouco mais de trezentos, Gideão, com seu exército, prossegue em uma jornada de sangue, apoiada por Deus, em perseguição aos inimigos que haviam conseguido fugir da última batalha.

No caminho, já que seus homens estavam famintos e cansados, entrou em uma cidade e pediu alimento aos seus governantes para o seu exército. Por duvidarem que ele estivesse mesmo em busca de algum inimigo, os governantes da cidade negaram a ajuda. Gideão, tendo a mesma personalidade vingativa do seu deus, prometeu açoitá-los com galhos de espinhos quando regressasse vitorioso. E prossegue. 

Não fazendo questão de esconder as atitudes coverdes de Gideão, a bíblia diz que ele encontra um dos grupos que perseguia e aproveita um descuido para atacar. 

Confira em Juízes 8:11: “E subiu Gideão pelo caminho dos que habitavam em tendas, ... ; e feriu aquele exército, porque o exército estava descuidado”. 

Mais uma vez saiu vencedor, embora tendo apenas algumas centenas de homens ao seu favor, enquanto o inimigo dispunha de cerca de quinze mil.

Neste conflito, Gideão conseguiu capturar, e manteve preso, dois reis midianitas e os levou consigo para exibi-los como símbolo de sua vitória.

No caminho de volta, fez questão de entrar na cidade onde os governantes haviam negado o seu pedido de alimento para os seus homens. Gideão apresentou-lhe os dois reis capturados, e pôs em prática a ameaça que havia feito e, com a ajuda dos seus homens, açoitou os governantes e todos os homens daquela cidade com galhos de espinhos (matou inclusive os inocentes, não lhe importando quantas famílias ficariam desamparadas após o seu ato de insanidade). Acredito que não seja necessário comentar sobre o quão dolorido deve ser um açoitamento com galhos de espinho. 

Juízes 8:16-17 - Gideão prendeu os líderes da cidade de Sucote, castigando-os com espinhos e espinheiros do deserto; derrubou a fortaleza de Peniel e matou os homens daquela cidade.”.


UM PAI NADA EXEMPLAR

 
Imediatamente após este episódio, Gideão dá um péssimo exemplo de pai, pediu que o seu filho, adolescente ainda, matasse os dois reis midianitas com uma espada, mas o seu filho, apavorado (ou talvez temendo o mandamento de Moisés, que diz para não matar) recusou-se a cometer aquele bárbaro assassinato. O próprio Gideão (desprezando o mandamento) se encarregou de matar os dois reis.

Assim como os líderes religiosos de hoje, Gideão não deixou passar a oportunidade se exigir o pagamento seu trabalho, pediu para que cada um dos seus soldados lhe desse um brinco de ouro, dos muitos brincos e colares preciosos que haviam saqueado dos inimigos derrotados. Todos os homens do seu exército atenderam ao seu pedido, estenderam uma capa no chão e, sobre ela, depositaram os brincos. O peso dos brincos de ouro ofertados a Gideão chegou a vinte quilos e meio – uma fortuna, pois o ouro sempre foi um metal precioso.

O ato da israelita Jael, que matou um general com uma estaca na cabeça enquanto dormia, e os atos bárbaros de Gideão revelam intolerância e a personalidade assassina do deus bíblico.

Mas o pior de tudo é que toda esta brutalidade (as mortes com requintes de tanta crueldade de milhares de pessoas) foi totalmente inútil, pois o com a morte dos dois juízes, o povo voltou a trair o seu deus e passou a adorar outros deuses. 


CONCLUSÃO 


Hoje, felizmente livre das amarras da religião e lendo a bíblia de maneira racional, consigo ver claramente quais são os fatores que mais pesam no fato de tantas pessoas acreditarem neste deus, para mim tão sanguinário: o desconhecimento da sua personalidade cruel, o medo das suas possíveis punições e a tradição religiosa.

Só consigo concluir que, definitivamente, não é o grande amor que as religiões querem que pensemos que o deus bíblico tem para conosco que faz com que  tanta gente acredite nele, pois a própria bíblia mostra que se ele existisse não teria por nós amor algum.

Milson – www.encontroracional.blogspot.com.br